- guia de um ordinário vernáculo -


quinta-feira, 25 de março de 2010

SAUDADE

SAUDADE

O que me falta para ser feliz?
O que me impede de sentir e não-sentir?
O que me impede de ultrapassar as palavras,
a falta de minhas asas?

Oh, Deus, não me cansarei de me lamentar,
mesmo que o sol esteja alto e que pare
de chover, porque a opressão que sinto no
peito e nos olhos não tem outra causa:

Como amo!
Oh, céus, como amo!
E como esse amor é tão estranho!
Facilmente ferido, infinitamente incurável...

Que sorriso posso esboçar diante da impotência?
Nenhum. Mas talvez tente de novo amanhã.
Quando pararei de chorar a ausência?
Nunca. E talvez nem tente de novo amanhã.
Por que me é imposto esse duro sofrimento?
Não sei. E talvez nem pergunte amanhã,
nem depois de amanhã,
porque algumas perguntas foram feitas
para não terem resposta
e criarem um enorme vazio no peito de quem
ama.

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