- guia de um ordinário vernáculo -


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O CANTO DO GATO


O CANTO DO GATO
ou
prólogo de uma ópera nunca escrita.

quando chove é que ouço
o seu canto de gato:
felino arriscado, foram os
seus olhos que me deixaram
atado,
felino errado,
seus olhos de gato que
me lambem em elegância,
seu olhar marcado
sua íris diagonal
olhar rei que determina morte
que virá:
virá certamente por tuas
garras afiadas que arranham
meu solo até jorrar coração
e é meu rio que você enterra
dentro das patas de sua mão.
é a surdez da minha pena
que me faz vítima brinquedo:
felino pecado, me matas
por nada:
no erro, sou teu aliado,
nosso elo selado.

26/02/2013