ORAÇÃO FEITA COM OS OLHOS OU ODE À BELEZA ENLOUQUECEDORA OU MEU NOVO CREDO OU SÍMBOLO DAQUELA FORMOSURA OU ODE À BELEZA ENSANDECIDA
Beleza nata, fixada nas pálpebras,
criada em mim depois de existir,
feita da mesma substância do desejo;
por você muita coisas foram feitas
e por mim, para minha perdição,
não se digna a baixar os olhos para
meus acenos envergonhados.
Beleza gravada na retina: fixa.
Beleza ditadora, não chega à causar dores,
mas cansa olhares, arrasta pelas correntes
o seu fiel devoto silencioso.
Beleza assustadora: ofuscante.
Um imã tão poderoso que não faz
meus olhares descuidados e imaginativos
se configurarem em cobiça e em negação
do sexto
mandamento:
ação tão natural que é quase um louvor
ao Criador
de tal
Criatura despretensiosa (?).
Creio que a minha loucura está próxima
(nunca vivi tão próximo de uma loucura causada pela beleza; controlo-me todos os dias, suspiro todas as horas, olho todos os minutos).
Confesso que nada espero
(e isso assumo sem receios: há muito cansei dos doutos doutores especialistas na hermenêutica de matheus).
Espero minha libertação
(depois de longos olhares que percorrem as linhas de sua beleza [minha loucura]).
Creio, Confesso, Espero.
Formulo, Dogmatizo, Não Realizo.
Rezo, Não Desprezo, Embelezo seu Eu.
Cego
nesses desassossegos
sou teu.
Amém?
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
ACONTECIMENTO POSTERIOR FUTURO
ACONTECIMENTO POSTERIOR FUTURO
Ela dizia vem
ele vinha.
Ela dizia vai
ele ia.
Ela dizia fica
ele ria.
Um dia
ela soltou a coleira
e disse volta,
e ele voltou
deu dois tapas
na cara
cuspiu
e saiu andando pela rua
(meio perdido, mas orgulhoso)
livre pela primeira vez na vida.
Ela dizia vem
ele vinha.
Ela dizia vai
ele ia.
Ela dizia fica
ele ria.
Um dia
ela soltou a coleira
e disse volta,
e ele voltou
deu dois tapas
na cara
cuspiu
e saiu andando pela rua
(meio perdido, mas orgulhoso)
livre pela primeira vez na vida.
10/02/2010
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