Se existem momentos difíceis na vida,
estou imerso nesse rio de preocupações.
Se existe o tempo da vontade de chorar,
mas o corpo não fornece lágrimas,
estou vivendo nesse limbo.
Estou com medo de avançar,
mas não posso retroceder.
Estou preso a esse chão
manchado de sangue e feito
de ossos, onde a rima não chega,
onde a poesia é brincadeira, é pura
lenda, esquecida, tomada pela eira.
A poesia é meu refúgio.
Meu subterfúgio,
meu ofício sujo,
meu confessionário aberto ao mundo:
digo toda a verdade, me abrindo nas letras,
me fechando em silhuetas, por dentro,
ficando perdido e nessa perdição eu me acho.
Esse não é o fim.
Esse não é o fim.
É o meu meio do caminho,
eu sou a minha própria pedra
e caio sobre ela:
tímidas lágrimas teimam em
me trair, abrindo sulcos profundos
na minha alma...
Oh!
Não fique muito impressionado!
Eu não sou sempre triste...
Mas é que a tristeza é o
meu grande caso de amor...
04/05/2010
2 comentários:
Ahh meu Deus, adoro ler coisas que pareçam que foi que escrevir...realmente fico maravilhada com essa ligação sem tá conectada.
"É o meu meio do caminho,
eu sou a minha própria pedra
e caio sobre ela:..."
Carlos Drummond De Andrade, meu parente disfarçado^^
"No meio do caminho
tinha uma pedra, tinha uma
pedra no meio do caminho..."
oh, neném.
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