- guia de um ordinário vernáculo -


quinta-feira, 21 de abril de 2011

PLANETARIAMENTE INDIRETO

PLANETARIAMENTE INDIRETO

dizem que estão nos anéis de saturno
homens noturnos
falam soturnos essas rimas
que só servem para a repetição
infinita – vida eterna à poesia
que não serve pra nada
só serve para o meu nada

não tente ver como são
os homens
se assustaria pois se veria
na contradição que forma
o puro átomo da presença
que constitui o enorme vazio
que institui a vida nesses
dias estranhíssimos em que tentamos não viver

cheio de ciúmes
de rara espécie
inexplicável injustificável
impossibilitado de colocar
a ciumeira para fora
para outro universo
para outro planeta
quiçá para outra freguesia
outra distante mas vizinha
que o ciúme me deixa
morto mas calmo
por me saber mais louco

vou me descobrindo
volúvel
mais que volúvel
inconstantemente irresolúvel


20/04/2011

1 comentários:

Profª Carol Amary disse...

Como tem tempo que não venho aqui! Sucesso, lindão! Bjos

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