- guia de um ordinário vernáculo -


quinta-feira, 2 de junho de 2011

meus recados

“Como a vida é louca
estúpida, mouca
e no entanto chama
a torrar-se em chama.”

Escrevo para você mil poemas e não mando nenhum. Te olhava e perfurava os seus olhos com meu desejo e meu querer, mas agora só te envolvo com o canto do olho. Interpreto e finjo efusividade, enceno felicidade.
Quero ser notado por você, quero pensar que você me olha e, sei lá, pensa no que foi no que é no que pode ser será? E quando falam algo que você ouve eu ouço e era como se eu falasse o que você não me deixa recitar no seu ouvido? Será que você entende e decifra a minha fala dita por outras línguas?
E no seu mundo, hein?
Não vou entrar explorar viajar no sentimento que eu sinto e que está como que suspenso gemendo querendo?
E eu, meu bem?
Que nunca acreditei nesses signos, olho horóscopo de jornal e sorrio quando nossos astrais imaginários se ligam se coligam se combinam e ficam lindos lado a lado: nem parecem inventados.
E a injustiça? Esse negócio que me deixa que nem um louco embrutecido. Enquanto eu penso, outro faz. Ai.
Vou me convencendo que a persistência é diferente da paciência, sendo esta maior ou igual àquela? Por quanto tempo ficarei em pé na chuva olhando para a janela do seu quarto?
Romantismo?
Não! Enterrei meu caixão de romântico e assumi o realismo dos dias que correm.
Mas essas palavras não dizem nada, especialmente nessa data, nessa hora, agora, onde nada que eu faça convencerá que talvez valha à pena se aventurar e se jogar no magma.

Eu escrevendo você: meu dia vira farra. Eu pensando em você: meu mundo nunca passa. Eu sem você: esse tempo que acaba.

0 comentários:

Postar um comentário