- guia de um ordinário vernáculo -


domingo, 16 de novembro de 2014

SENHORA ACORRENTADA

SENHORA ACORRENTADA

a secura do poço
é o fogo perpétuo
criando dilúvios de vento
destruindo as barragens
dos meus inventos

a areia sufocando
minhas vidas e os dedos
e sempre o medo do
tempo
senhor cruel da musa escrava
agora sofrida, agora lacaia

poderia vir o desespero
e as pragas pestilentas
invadindo minhas dunas
destruindo o silêncio
da ágora vazia

mas a água liberta
o duro das pedras
e meus deuses adormecidos
acordaram enlouquecidos
com o batuque de outras

feras.

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