- guia de um ordinário vernáculo -


quinta-feira, 15 de julho de 2021


há uma assembleia
no oco de que sou feito.
fatos como imagem de rio,
vozes que cruzo no dedo.
ouço murmúrios contidos,
medos são sempre absurdos.

de que ouvi da cruz
ficou atravessado 
como trave em meu braço
a ânsia de ser ouvido
pelos profetas de barro.
tudo o que eu penso
é sigilo, selo inquebrantável,
fico trêmulo, meio bêbado,
porque tudo escorre, naufrágio.

quem ouve o que não digo,
não sabe onde estou achado,
e tudo o que persigo
é livrar-me de ser vigiado.

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