Meninos, multidão,
vocês ladram feito um cão
raivoso e gritante e chato que
nunca fica calado.
Observem os fatos e então fiquem
parados, seus gritos são o
dedo afiado que, apontado
para os outros, ferem o
próprio dono, ignorância profunda
dos idiotas que seguem a multidão
tosca, falta de tato.
Eu sou os outros que
servem de tiro ao alvo
para seus preconceitos,
sou o menino que pula
na cadeira e ouve risos,
que grita e ouve vaias,
que vence e ouve silvos
sibilos, ganidos, animais feridos.
Meninos!
Multidão humana ferida,
segue maria vai com as
outras, as outras, meninos,
multidão!
Chatos!
Vocês param o fado!
Alagam o charco,
sufocam os atos,
despersonalizam o papo,
a dança, o verso,
o teatro.
Engulam-se, pedras!
Não absorvem o sentido
e os fios de ouro que saem
dos corações das pessoas
e andam secos de sentidos,
gritam idéias falsas,
tão idiotas!
Meninos!
Meninas!
Multidão confusa,
confusão confusa,
pessoas confusas.
Chatos!
Continuem assim e no
acordar do caminho perceberão
que perderam irrevogavelmente
a chance de serem
ALADOS...
07/10/2009
0 comentários:
Postar um comentário