- guia de um ordinário vernáculo -


segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

MAIS UM DAQUELES TEXTOS

MAIS UM DAQUELES TEXTOS

É importante salientar que não estou sentindo nada nesse momento. Muitas pessoas enchem meus olhos com frases e gritam em meus ouvidos frases e enchem meu espírito de frases, mas estou insensível. Até aquela raiva surda desapareceu, desapareceu. Só ouço essa música e sinto calor. Você viaja. Você está estática. Sua estátua de concreto fincada no meu coração começa a desmoronar. Os pedaços caem no fundo de um precipício tão grande, tão imenso, tão grande tão grande.
Minha alma é quase um piano, minha alma é quase uma expressão de surpresa e de tristeza ao ver sua ingratidão. Não sofro. Não sinto. Mas tenho algo em minhas mãos que não é o tédio: é... É alguma coisa abstrata e sem sentido que me faz acelerar a vida diante das frases que me enchem a existência.
O leão dormita à sombra da árvore e o anjo desliza nos céus tentando obter o silêncio desse louco que se denomina coração. Mortifico-me para alcançar um bom sorriso, sou um grande lutador nas apelações dessa terra, carrego com cuidado as toneladas de meu sofrimento. E agora é a hora de você dar risada. Não sofro.
Simplesmente, na iminência de ver o trem partir, quase deixo cair uma lágrima. Mas antes que você volte seu rosto para mim eu já tirei o lenço branco de meu bolso e aceno animado ao ver a sua partida definitiva e adeus... adeus.. adeus.. adeus... adeus...



a curva.
(e perco a visão de você)


11/01/2010

1 comentários:

Luidgi disse...

pare de escrever textos de amor sobre mim, eu fico sensível assim KKKK
adorei muito, serião.

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