TRATADO DE TEOLOGIA
a ausência que constatei
logo ao acordar
nascimento de uma vida
feita de retorcimentos
e o entendimento, a percepção
a construção de certa linha de pensamento
morto, não encontro vida após o desamor
não encontrei recompensas nem os encantos
vários, prometidos a mim por séculos de profetas
e de poetas santos que cantam desde o mais
belo dos cânticos dos cânticos
(não só os de salomão),
mas também não os procurei
alcanço e canso da iluminação
prefiro o escuro o frio a solidão
e a negação de todo o verso vegetariano
há o espírito, há os que foram carcomidos
pelo vírus inibido e falso tímido do Sem Sentido
versos que possuem a santidade com uma
invejável facilidade me saem de dentro e não
me tiram um isso da dor de morto, vê?
percebo que é real quando não consigo sorrir
percebo que é real e eterno até o fim do dia
quando não existe a vontade de escrever
mas me obrigo: minha busca minha aventura
me valida me justifica perante a corte, me ajuda
a arquivar o processo das santas dores
tribunal Daquele que aos poucos vou
compreendendo e bendizendo em voz baixa
para não assustar quem ainda não entendeu:
sou altruísta e pouco me importo com meus
companheiros de bingo grito grito venço
só encontro a paz quando não entendo
e Dele não me aparto
eu quero é ser alado
alado do seu lado
falar de forma anárquica sobre o sentido de Deus
me faz sentir um ardor de coisa nova de libertação
de certeza de excomunhão mas de uma nova e mais
pura união com Aquele que me ajuntou em mim
se ainda temo e sigo os mesmos preceitos
e defendo com o fogo os mesmos anseios
e se amo de forma firme os dogmas aceitos
me provo o mesmo com ideias novas mas antigas
me sinto fora mas me vejo dentro com uma recíproca
totalmente verdadeira
eu mesmo iniciei meu processo
de canonização
a gratificação
de captar que fuga desse presente terror
é falar e falar loucamente
não me importar e (a)teologar sobre
Aquele
Outro
Amor.
terça-feira, 24 de maio de 2011
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