- guia de um ordinário vernáculo -


sexta-feira, 20 de maio de 2011

VELHO PAPO ou SERÁ QUE SEREI ou MEDO ou DESEJE!

VELHO PAPO ou SERÁ QUE SEREI ou MEDO ou DESEJE!

hei de ser cúmplice
dos maus tratos que
me fazes?
há muito tempo me
descobri escravo do
instante e (des)confio no
poder da poesia

hei de ser sempre o
mesmo que você enterra?
falta-me a coragem e a força
para agora travar uma luta enorme
mas continuo fogo (fátuo)
recusando-se ao inacabado

hei de continuar conflito infinito?
há o desejo e a vontade de procurar
mas o indômito medo de sua altivez
e do desprezo que você me reserva
me queda paralisado: calo

hei de ser para sempre solidão?
não, não caio nessa ilusão
mas sou todo - nesse momento -
um inútil furacão:

não destruo um centímetro de sua
incrível
(e por isso mesmo ridícula)
(falta de)
convicção

mas teimo em sonhar com
a vontade de amansar-te
de enlaçar-te de desperdiçar-te
de enfim amar-te amar-te com uma
força tão grande e surpreendente
que você
quando experimentasse
diria:

- e por que demoraste, fazedor de arte?

20/05/2011

1 comentários:

Fernanda Grimaldi disse...

Suspiros de orgasmos literários. Esse ganhou e agora é o meu preferido.

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