- guia de um ordinário vernáculo -


terça-feira, 13 de abril de 2021

NOVELO

NOVELO

é óbvio que na escuridão não se vê norte,
e é mesmo o sul que procuramos dentro daqui,
as infinitas terras, múltiplas dimensões,
muitos tempos vivificados neste espaço:
sangues histórias futuras tensões.

porém não se vê nada, nada que aspire,
a água salgada nas tripas de nossas mãos,
trens antigos sempre sendo o vindo,
o que viria, o que virá,
é como hoje se faz poesia.

e nada se toque, nada pare a hecatombe,
sacrifícios incontáveis, cálculo eterno
nas grandes bombas que caem sobre as cidades,
não há sangue, por isso ninguém grita, sufoca.

é esperado que haja qualquer semente de luta,
olhos cegos, desesperos e infernos,
qualquer pé para caminhar pelos
dias azuis, ontem parou de chover,
pode-se viver.

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