- guia de um ordinário vernáculo -


quinta-feira, 3 de setembro de 2009

MINHA DOR, VIDA NORMAL, DESABAFO-SAUDADE, DIA COMUM

MINHA DOR, VIDA NORMAL, DESABAFO-SAUDADE, DIA COMUM

Quando passo por esse corredor
cheio de vozes e murmúrios
ouço farpas que machucam
essa minha consciência desgastada.

Meu coração não é muito grande,
só vê o universo em seu fim e grita
que gosta de dor e é bom em fazer doer.

Eu passo pelos corredores que
murmuram contra mim, minha
alma é cheia de defeituosas sinapses
e grita que gosta de dor e é boa em fazer doer.

Eu existo porque é inevitável viver,
mas não fico por que necessito, só
estou de passagem, sou peça decorativa
que gosta de dor e é boa em fazer doer.

Eu só sou abraços estranhos que rasgam
muitas epidermes e que fazem olhos redondos
e normais chorarem lágrimas de sangue:
olhos que gostam de dor e são bons em fazer doer.

Ê, ê, ê, meu corpo nu e feio,
meu corpo nu e lindo,
meu corpo no frio, no fogo,
meu corpo na noite, no dia,
meu corpo e a dor e as assas (cortadas)
ê!

É vida, é dia, é noite, é aurora, é corpo!

Corpo que é alma e que gosta de dor

e
é bom
em fazer
doer.



02/09/2009

1 comentários:

Anônimo disse...

quando eu crescer quero ser que nem você :)
muito bom, theuzinho, muito bom.

você não é tão mau assim, aiuhsiuhai (L)

Postar um comentário