- guia de um ordinário vernáculo -


terça-feira, 10 de maio de 2011

ROMANTISMO RENITENTE

ROMANTISMO RENITENTE

você vai ser
mais um amor
que jamais tive
e estou me esforçando
para pintar o teu retrato
e colocá-lo na vasta
galeria dos suspiros passados

devo isso ao seu amor
devo respeito a quem te tem
devo amor ao meu próprio amor
vago amor que me tenho também

renuncio
abdico
pulo as liturgias do luto
o odor sonoro e fúnebre
dos adeuses

com esse poema árido
(pateticamente
ridiculamente
renitentemente
romântico)
me despeço e ouço Bach:

não aguento mais
esperar
e
inventar

10/05/2011

2 comentários:

Profª Carol Amary disse...

Tudo tão claro agora! Transparente feito água...

Fernanda Grimaldi disse...

É, Cazuza, só quem se mostra se encontra.

P.s.: Carol é fofa. hahahaha

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